Aquelas palavras de Jesus que nos desafiam: "a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos" (Lc 10,2), me fizeram parar pra pensar que o êxodo dos jovens mais velhos na caminhada, daqueles que começaram com 15 ou 16 anos a participar de um grupo grupo e vão embora quando mais velhos, se deve mais a uma situação econômica do que psicológica. E explico meu pensamento.
É comum a gente pensar que quem fica mais velho tende a ir embora apenas porque não aguenta mais assitir a uma 5.ª reunião sobre amizade ou namoro cristão; ou talvez porque já se sinta cansado de fazer sempre a mesma coisa e percebe que é hora de outras pessoas assumirem o comando. Isso tudo é verdade, mas considero que seja secundário ante o imperativo da busca por trabalho e renda.
Há uma relação entre a condição econômica e a chance do jovem permanecer por mais tempo num grupo de base, pastoral ou movimento, desenvolvendo seu processo enquanto militante. Pois à medida em que estes são obrigados a se sujeitar às condições impostas pelo mercado de trabalho (como horários de trabalho no domingo e no sábado, férias definidas pela empresa, jornadas extras...), eles possuem cada vez menos tempo disponível em relação ao que dispunham enquanto adolescentes:
É comum a gente pensar que quem fica mais velho tende a ir embora apenas porque não aguenta mais assitir a uma 5.ª reunião sobre amizade ou namoro cristão; ou talvez porque já se sinta cansado de fazer sempre a mesma coisa e percebe que é hora de outras pessoas assumirem o comando. Isso tudo é verdade, mas considero que seja secundário ante o imperativo da busca por trabalho e renda.
Há uma relação entre a condição econômica e a chance do jovem permanecer por mais tempo num grupo de base, pastoral ou movimento, desenvolvendo seu processo enquanto militante. Pois à medida em que estes são obrigados a se sujeitar às condições impostas pelo mercado de trabalho (como horários de trabalho no domingo e no sábado, férias definidas pela empresa, jornadas extras...), eles possuem cada vez menos tempo disponível em relação ao que dispunham enquanto adolescentes:
- A presença em reuniões durante a semana, caso trabalhem e tenham de estudar à noite, ficam mais difíceis.
- Os fins de semana, no caso de retiros, cursos, acampamentos, viagens... não dependenderiam apenas mais do aval dos pais, mas também da licença do serviço.
- Havendo um desgaste físico e mental a ser reposto no fim de semana, ou no dia de folga, exige-se maior tempo de descanso. O que sobrar deve ser compartilhado entre família, amigos, namoro, pastoral, filhos...
Dito isso, não estou tratando de uma relação causa-efeito, como se quem tivesse melhor condição econômica conseguiria vivenciar mais o processo do grupo de jovens. Estou destacando que a nossa "falta de operários" para a Evangelização não se deve apenas a uma "falta de vontade pessoal" ou "descompromisso" dos jovens militantes, mas especialmente a imposições econômicas, que tiram tempo, vida e energia do jovem. E ele tem que "gastar isso" para conseguir o seu sustento, nem que para isso tenha de abrir mão de coisas que sejam tão significativas.